A vida no interior
Meu nome é
Kátia Marlene Martins Coelho, tenho 41 anos, nasci no interior do estado do
Pará, num local chamado Cametá.
Na época em
que eu nasci, as pessoas moravam em palafitas feitas de madeira e palmeira.
Eram cobertas com palha e eram localizadas às margens dos rios
(ribeirinho). Não tínhamos televisão,
nem qualquer tipo de energia; só se sabia das notícias através dos rádios; não
tínhamos colégio; as crianças eram alfabetizadas nas casas, por alguém que
sabia ler.
Brincávamos
muito de casinha e de roda. Alguns pais trabalhavam na extração da borracha, na
colheita de frutos, como cacau, andiroba, ucuuba e miriti. Outros trabalhavam
na roça. A principal alimentação era o peixe, o camarão e o açaí. Hoje o lugar
já sofreu transformações. Agora as casas são todas feitas de madeira cobertas
com telha, quase todas as casas têm gerador de energia, televisão e
eletrodomésticos; as escolas foram construídas, e, com essas transformações
também muitas coisas se perderam como alguns costumes, culturas; várias
palavras não existem mais no diálogo que eram bem típicas do lugar, elas
desapareceram.
O que mais me marcou foi eu ter saído muito
cedo de perto da minha mãe, com 7 anos, para ter que vir morar e trabalhar em
Belém na casa de pessoas que eu nem conhecia. Esse sacrifício era para que eu
pudesse estudar. Apesar de tudo valeu a pena. Sempre que eu posso volto ao meu
lugar, isso me faz muito feliz.
Autora: Ramilly Coelho Bastos - 12 anos.
Entrevistada: Kátia Marlene
Martins Coelho – 41 anos.
Prof. Raphael Oliveira / SIE-ZVD.
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